O financiamento de campanha é uma das etapas mais delicadas do processo eleitoral e está sujeito a rígidas normas legais. Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, advogado especialista em direito eleitoral, pontua que a arrecadação de recursos e os gastos eleitorais precisam obedecer às regras estabelecidas pela legislação eleitoral para garantir a transparência e a legitimidade das candidaturas.
A legislação eleitoral tem como objetivo coibir abusos de poder econômico e promover a igualdade de condições entre os concorrentes ao pleito. Dessa forma, as campanhas precisam respeitar limites de arrecadação e gastos, declarar todas as movimentações financeiras e seguir prazos rigorosos. O não cumprimento dessas normas pode resultar em sanções graves, como multas, cassação de registro e até inelegibilidade.
Entenda mais, a seguir!
Legislação eleitoral: Quais são as fontes permitidas de financiamento de campanha?
O financiamento de campanha pode ser realizado por meio de diversas fontes legais, como recursos próprios do candidato, doações de pessoas físicas e financiamento público por meio do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho explica que a legislação eleitoral proíbe doações de pessoas jurídicas desde a reforma eleitoral de 2015, medida adotada para reduzir a influência de grandes empresas no processo eleitoral.
Além disso, as doações devem ser realizadas exclusivamente por meio de canais oficiais, como transferência bancária para a conta de campanha, sendo vedado o uso de dinheiro em espécie em valores superiores ao permitido por lei. As doações recebidas devem ser registradas com precisão na prestação de contas, acompanhadas dos respectivos recibos eleitorais, para garantir total transparência das movimentações financeiras.
Quais limites e regras se aplicam aos gastos eleitorais?
Os gastos eleitorais também estão sujeitos a limites estabelecidos pela Justiça Eleitoral, com valores fixados para cada cargo em disputa. De acordo com Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, os candidatos precisam respeitar esse teto de despesas, que abrange todos os custos de campanha, como publicidade, material gráfico, aluguel de comitês, contratação de pessoal e despesas com transporte. Exceder o limite legal pode gerar penalidades severas, incluindo a rejeição das contas.

A legislação também impõe obrigações quanto à regularidade dos gastos, exigindo que sejam realizados com recursos de origem lícita, pagos por meio da conta bancária específica de campanha e devidamente comprovados com documentação fiscal. A falta de comprovação ou o uso de recursos de origem não identificada pode levar à desaprovação das contas eleitorais e até à responsabilização criminal do candidato.
Como funciona a prestação de contas e qual o papel do advogado?
A prestação de contas eleitoral é o processo pelo qual os candidatos e partidos apresentam à Justiça Eleitoral o detalhamento das receitas arrecadadas e das despesas realizadas durante a campanha. Conforme ressalta Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, o advogado especialista em direito eleitoral é essencial nesse processo, orientando desde a abertura da conta bancária específica até a elaboração e entrega da prestação de contas final.
O advogado também atua na análise da documentação exigida, correção de eventuais inconsistências e defesa do candidato em caso de questionamentos por parte da Justiça Eleitoral. Uma prestação de contas mal elaborada pode comprometer toda a campanha, por isso, contar com assessoria jurídica qualificada é fundamental para assegurar o cumprimento da legislação e evitar prejuízos à candidatura.
O financiamento de campanha e os gastos eleitorais são pontos sensíveis no processo eleitoral e exigem rigoroso cumprimento das regras impostas pela legislação. Segundo Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, o sucesso de uma campanha eleitoral não depende apenas da estratégia política, mas também da legalidade das ações financeiras e do respeito às normas da Justiça Eleitoral. A atuação de um advogado especialista é, portanto, indispensável para garantir segurança jurídica em todas as fases da campanha.
Portanto, compreender os limites legais, utilizar fontes permitidas de recursos e apresentar uma prestação de contas clara e precisa são medidas que asseguram a transparência e legitimidade do processo. O respeito à legislação eleitoral fortalece a democracia e assegura que as eleições ocorram de forma justa e equilibrada para todos os concorrentes.
Autor: Mayer Fischer