Líderes de TI contaram no IT Forum Salvador como transformar projetos que não deram certo em novas oportunidades e lições para o futuro
Em uma cultura de competição e busca constante pelo sucesso, o erro e o caos nem sempre são bem aproveitados pelos líderes e suas equipes. Essa foi uma das conclusões de Karine Chaves, CIO da Junto Seguros e Mauricio Mazza, ex-CIO da Suzano, que compartilharam suas experiências desafiadoras de projetos que não tiveram sucesso durante a sessão “CIOs contam projetos que não deram certo e porque isso importa para o presente é o futuro”, que foi moderada pela jornalista da Intertexto Solange Calvo durante o último dia do IT Forum Salvador.
Karine explicou como fez para lidar com os obstáculos impostos no processo de evolução da transformação digital que lidera na Junto Seguros. “Trabalhei em vários projetos de transformação digital de várias empresas e um dos grandes problemas que vi acontecer mais de uma vez foi a criação uma área de Digital separada da TI tradicional, gerando falta de sinergia entre os times e uma desvalorização de alguns papéis.” Esta segmentação, segundo ela, cria uma dificuldade grande para as empresas manterem o time engajado no objetivo maior da transformação.
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As divisões internas e os interesses distintos das equipes eram só uma parte dos desafios enfrentados pela CIO. Outro ponto levantado por Karine foi a necessidade de engajamento dos stakeholders no processo de transformação digital. “Eles precisavam comprar essa ideia”, defendeu.
Mazza também relatou sua experiência de insucesso na organização que fez parte ao longo do último ano e de onde recentemente foi demitido. “Tentei fazer tudo para unificar o grupo, mas não deu certo. Ninguém está preparado para lidar com isso”, reconhece o ex-CIO da Suzano.
Ainda segundo ele, que já tinha lidado com outros projetos que não deram certo, é preciso sempre calcular os riscos, sobretudo quando se trata de grandes investimentos.
“Expor vulnerabilidades me ajudou”
“As pessoas se incomodam em falar o que deu errado. Mas me colocar vulnerável me ajudou. Todos me ajudaram”, revelou Karine, que conta que a transparência e a empatia foram o fio condutor das estratégias que implementou para reunir o seu grupo que notou estar dividido no processo de transformação digital na Junto Seguros.
Ela lembra que em uma das empresas onde trabalhou, teve um momento que foi muito rico onde todos se mostraram vulneráveis e falarem abertamente sobre os desconfortos provocados pelo processo de transformação. “Foi importante ter empatia e entender o que estava acontecendo”. Segundo ela, entraves entre as equipes que duravam alguns anos foram colocados em discussão em conjunto e resolvidos depois desse episódio.