O projeto de lei que propõe a terceirização da gestão de 204 escolas estaduais do Paraná gerou intensos debates e protestos. Aprovado rapidamente pela Assembleia Legislativa do estado, o projeto enfrenta forte oposição, especialmente o deputado estadual Requião Filho (PT-PR), que argumenta que iniciativas semelhantes falharam globalmente.
Durante uma entrevista ao programa , Requião Filho destacou que países como Suécia, Estados Unidos e Reino Unido já pretenderam privatizar a educação pública, mas acabaram revertendo suas decisões devido aos resultados insatisfatórios. Ele enfatizou que não há evidências de melhorias significativas na qualidade do ensino, apenas um aumento nos custos.
A aprovação do projeto ocorreu em meio às manifestações, com manifestantes invadindo a Assembleia Legislativa. Requião Filho critica a proposta, afirmando que ela é uma tentativa de privatização disfarçada de desburocratização administrativa, que pode comprometer o uso adequado dos recursos do Fundeb, destinados exclusivamente à educação pública.
O deputado também alertou que a terceirização permitiria que as empresas privadas assumissem não apenas a gestão administrativa, mas também a pedagógica das escolas, o que poderia resultar em problemas significativos para o sistema educacional do estado. Ele vê a medida como uma entrega de gestão pública para interesses privados.
Por outro lado, o deputado Hussein Bakri (PSD-PR), líder do governo na Assembleia, defende o projeto, afirmando que a decisão final sobre a terceirização caberá às próprias escolas, em um processo democrático. Ele argumenta que a oposição ao projeto é mais ideológica do que a prática, e que a proposta foi devidamente discutida nas comissões pertinentes.
Bakri ressalta que a aprovação do projeto apenas abre a possibilidade de terceirização, não impõe a. Ele acredita que a decisão deve ser tomada pelas comunidades escolares, que poderá avaliar os benefícios e desafios da proposta em suas realidades específicas.
O debate sobre a terceirização das escolas no Paraná reflete uma discussão mais ampla sobre o papel do setor privado na educação pública. Enquanto alguns defendem a medida como uma oportunidade para inovação e eficiência, outros temem que ela possa comprometer a equidade e a qualidade do ensino.