Nos últimos anos, a discussão sobre a terceirização da gestão escolar tem ganhado força em diversos países, incluindo o Brasil. A ideia de transferir a administração de escolas públicas para empresas privadas foi defendida como uma forma de aumentar a eficiência e melhorar a qualidade do ensino. No entanto, segundo o ex-senador Requião Filho, essa abordagem tem se mostrado um fracasso em várias partes do mundo. Em declarações recentes, ele apontou que o modelo de terceirização de escolas, além de não cumprir as promessas de melhorar o ensino, trouxe uma série de problemas que afetaram diretamente a educação de milhares de crianças e adolescentes.
A terceirização das escolas, que visa delegar a gestão e até mesmo o financiamento da educação pública para empresas privadas, ganhou popularidade como uma solução para os desafios enfrentados pelos sistemas educacionais públicos. No entanto, a prática se revelou falha em diversos países, conforme evidenciado pelos resultados de experiências anteriores. Para Requião Filho, o exemplo global demonstra que, ao entregar a gestão de escolas a organizações sem vínculo direto com o interesse público, o que se observa é a piora na qualidade do ensino e o aumento das desigualdades educacionais.
Em vários lugares do mundo, a implementação desse modelo foi associada à redução de investimentos em infraestrutura escolar, contratação de profissionais qualificados e ao enfraquecimento dos vínculos com a comunidade escolar. O impacto na educação básica foi visível, com escolas passando a ser tratadas como empresas, focadas em resultados financeiros e não em proporcionar uma educação de qualidade. Requião Filho destacou que, ao terceirizar a educação, o objetivo de oferecer uma educação pública universal e de qualidade foi comprometido, prejudicando, principalmente, as camadas mais vulneráveis da população.
O argumento de que a terceirização das escolas traria uma gestão mais eficiente não se sustentou diante dos resultados observados em vários contextos. Em muitos países que adotaram essa abordagem, a gestão privada das escolas gerou uma série de problemas relacionados à qualidade do ensino. Requião Filho ressaltou que, ao se focar em resultados financeiros e na busca por lucro, as empresas contratadas para administrar as escolas negligenciaram questões essenciais como a formação dos professores, a infraestrutura escolar e a criação de um ambiente favorável ao aprendizado dos estudantes. A falta de um compromisso com o bem-estar e a educação integral dos alunos foi um fator determinante para o fracasso dessa política.
Além disso, o modelo de terceirização das escolas gerou um aumento significativo na precarização das condições de trabalho dos professores e funcionários das escolas. Muitas empresas contratadas para gerir as unidades de ensino impuseram salários baixos, jornadas de trabalho excessivas e condições de trabalho desfavoráveis, resultando em um ambiente educacional insustentável. O impacto disso foi um aumento no desinteresse e na desmotivação dos educadores, que, por sua vez, afetaram a qualidade do ensino ministrado aos alunos. Esse ciclo de degradação, segundo Requião Filho, é um exemplo claro de como a terceirização das escolas pode ser prejudicial tanto para os profissionais da educação quanto para os próprios estudantes.
Outro ponto levantado por Requião Filho sobre os fracassos da terceirização das escolas é a falta de uma abordagem pedagógica voltada para as especificidades e realidades locais. A gestão privada, ao buscar cortar custos e simplificar processos, frequentemente negligenciou as necessidades regionais e culturais das comunidades atendidas. Isso resultou em um currículo engessado, que não atendia às demandas locais e que não preparava os alunos de maneira adequada para o mercado de trabalho ou para o exercício da cidadania. A uniformização da educação, sem levar em conta as particularidades de cada região, foi mais uma falha evidente desse modelo de gestão.
Em resposta aos resultados negativos observados, muitos especialistas e políticos, como Requião Filho, têm defendido que o melhor caminho para a educação pública não passa pela terceirização, mas por um maior investimento no fortalecimento da gestão pública. O foco deve ser na valorização dos profissionais da educação, na melhoria das condições das escolas e no engajamento das comunidades na construção de um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e igualitário. Em vez de transferir a responsabilidade para empresas privadas, é necessário apostar na gestão pública, garantindo que os recursos sejam aplicados de forma transparente e eficiente para o benefício de todos.
A experiência internacional e as críticas feitas por figuras como Requião Filho indicam que o modelo de terceirização das escolas, ao invés de ser uma solução para os problemas da educação, acaba sendo um fator agravante. Os fracassos observados ao redor do mundo sugerem que a gestão pública, com mais investimentos e foco na qualidade do ensino, continua sendo a melhor alternativa para garantir a educação de qualidade para todos os cidadãos. A educação não pode ser tratada como um negócio, e sim como um direito fundamental de todas as pessoas, que deve ser protegido e garantido pelo Estado, conforme os princípios da Constituição brasileira.