Segundo Rodrigo Balassiano, a governança corporativa tem ganhado cada vez mais relevância no cenário empresarial brasileiro, especialmente com a evolução das normativas regulatórias. Uma delas, a ICVM 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), trouxe diretrizes que reforçam os princípios de transparência, equidade e prestação de contas nas companhias abertas. Nesse contexto, o papel do administrador assume uma posição central, pois é dele a responsabilidade de garantir a conformidade legal.
Qual é o papel do administrador na governança sob a ICVM 175?
A ICVM 175 estabelece diretrizes claras sobre a estruturação de conselhos de administração, comitês e processos decisórios, exigindo maior profissionalismo e independência dos administradores. O objetivo é evitar conflitos de interesse e garantir que as decisões estratégicas estejam alinhadas aos interesses dos acionistas e da sociedade. Diante disso, o administrador passa a ser não apenas um executor de ações, mas também um agente responsável pela manutenção de padrões éticos elevados.
Ademais, Rodrigo Balassiano frisa que o administrador deve estar atento às demandas por maior transparência e divulgação de informações relevantes. Isso inclui a comunicação clara sobre riscos, controles internos e desempenho financeiro da empresa. Sua atuação torna-se crítica para assegurar a credibilidade da companhia perante o mercado e os órgãos reguladores. Em suma, ele é o pivô entre a gestão operacional e os princípios de governança estabelecidos pela normativa.
Como a ICVM 175 muda a dinâmica de tomada de decisão dentro das empresas?
Com a ICVM 175, a tomada de decisão dentro das organizações deixou de ser um processo centralizado para se tornar mais colegiado e fundamentado. O fortalecimento do papel do Conselho de Administração e a criação de comitês especializados são exemplos disso. O administrador, nesse novo ambiente, precisa estimular o debate interno, incentivar a diversidade de opiniões e promover decisões embasadas em dados e critérios objetivos, contribuindo assim para a sustentabilidade e longevidade da empresa.

Essa mudança exige que os administradores desenvolvam habilidades técnicas e comportamentais avançadas, como capacidade analítica, pensamento estratégico e inteligência emocional. Rodrigo Balassiano explica que eles devem equilibrar expectativas diversas sem perder de vista os objetivos de longo prazo da organização. Portanto, a ICVM 175 impõe uma nova dinâmica de governança, onde a qualidade das decisões depende diretamente do comprometimento e competência dos administradores.
Por que o administrador é peça-chave para a conformidade com a ICVM 175?
A conformidade com a ICVM 175 não se dá apenas pelo cumprimento formal das regras, mas pela internalização de seus princípios dentro da cultura organizacional. É aqui que o administrador se destaca, pois sua postura influencia diretamente os rumos da empresa. Ele precisa liderar pelo exemplo, adotando práticas de integridade, responsabilidade e accountability. Além disso, deve garantir que os mecanismos de auditoria interna e compliance sejam eficazes e respeitados em todos os níveis hierárquicos.
O administrador também atua como um elo entre a alta direção e os diversos stakeholders, facilitando o diálogo e a transparência. Conforme destaca Rodrigo Balassiano, sua capacidade de comunicar decisões, prestar contas e responder a questionamentos é essencial para manter a imagem da empresa positiva perante o mercado. Assim, mais do que seguir normas, o administrador precisa incorporar a governança como parte integrante de seu papel estratégico.
Um novo tempo para a governança corporativa
A ICVM 175 representa um marco importante na evolução da governança corporativa no Brasil, impondo novos desafios e responsabilidades aos administradores. Se antes o foco era predominantemente operacional, agora ele se amplia para incluir aspectos éticos, legais e sociais com igual importância. O administrador deixa de ser apenas um gestor de recursos para tornar-se um verdadeiro líder institucional, responsável por moldar a cultura da empresa e assegurar sua sustentabilidade.
Portanto, Rodrigo Balassiano analisa que, diante de um mercado cada vez mais competitivo e transparente, o papel do administrador na governança corporativa segundo a ICVM 175 não pode ser subestimado. Sua atuação proativa, ética e consciente será determinante para o sucesso das organizações nos próximos anos.
Autor: Mayer Fischer